No Natal os filhos crescem
Os filhos crescem. Aquela coisa mais querida do mundo de repente tem opinião, derrama por querer a sopa toda, não para de chorar de pura raiva.
Os filhos crescem. Eles querem entrar no grupo que os não quer, pedem briga, dão gritos pela rua a clamar eu sou eu por não saber quem são.
Os filhos crescem e ficam diante de si como num ringue. Vão se bater até beijar a lona? Se duvidarem, vão.
Os filhos crescem. Desenha-se a existência em cada um, os pais ficam olhando, que fazer? E mesmo quando acertam, o que é que muda?
Os filhos crescem e não adianta querer dar tudo, nem a alma. Eles desejam outras almas, eles são outros.
Os filhos crescem. Sem ler nossos romances para eles, se metem em capítulos inéditos. Já não são nós, se sentem vitoriosos. E continuamos eles...
Paulo Hecker
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