sábado, janeiro 28, 2017

Fome de afeto. De amor. De carinho. De abraço. Fome de verdades. De beijo. De cumplicidade. Fome de união. De partilha. De colocar-se no lugar do outro. Fome de histórias para contar, de sonhos para sonhar e um punhado de aventuras para compartilhar. Fome de ser criança. De alimentar as boas emoções. Fome de ser gente. Gente de verdade.
Marcely Pieroni Gastaldi

sexta-feira, janeiro 27, 2017

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Cine Marrocos Ontem e Hoje SÃO PAULO
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.

Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera -
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição

quinta-feira, janeiro 26, 2017


O ontem
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É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias.

quarta-feira, janeiro 25, 2017

A Cidade Não
Paulo Souza Soares (Folha de S.Paulo, 25/6/1996)
A sociedade nos despreza, mas a cidade não.
Todas as Cidades
Darcy Ribeiro
Todas as cidades do mundo amam os seus rios - Londres, Paris, Nova York. São Paulo é a única que não ama. O Pinheiros e o Tietê foram convertidos num fosso sanitário para carregar bosta de paulista. É uma coisa realmente lamentável. São Paulo nunca se deu confortos. Os paulistas têm orgulho da cidade que mais tem asfalto por habitante no mundo. Mas me lembro com saudade de Higienópolis, da rua Caio Prado e dos lugares em que vivi.

ÀS MINHAS COSTAS

As portas do metrô mastigam 
o ar condicionado.

Estou em trânsito, com os demais. 
Percorremos a rede incorpórea 
que há de permanecer.

Não se ultrapassa a linha amarela. 
Nada cheira. E a escada rolante 
- áspera via - até se alegoriza

ao conduzir-nos de volta ao simulacro 
passageiro das avenidas.

Na saída, ponho os óculos escuros.

Sérgio Alcides 
(O ar das cidades: poemas (1996-2000). São Paulo: Nankin, 2000. p.33)

terça-feira, janeiro 24, 2017

O verdadeiro amigo

Compreenda.
Releve.
Nunca abandone 
o verdadeiro amigo.
Ele pode nem estar 
ao seu lado agora.
Mas certamente,
estará sempre contigo.

segunda-feira, janeiro 23, 2017

A nossa época é a época da crítica, à qual tudo tem que submeter-se. A religião, pela sua santidade, e a legislação, pela sua majestade, querem igualmente subtrair-se a ela. Mas então suscitam contra elas justificadas suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito, que a razão só concede a quem pode sustentar o seu livre e público exame.

domingo, janeiro 22, 2017

A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.
Immanuel Kant