sexta-feira, junho 13, 2014

Mito ou Verdade? Hoje veremos os 10 primeiro manhã
os 10 restantes...Comente o que achou..ok? 

quinta-feira, junho 12, 2014

A Fábula
Era uma vez um planeta mecânico
Lógico, onde ninguém tinha dúvidas
Havia nome pra tudo e para tudo uma explicação
Até o pôr-do-sol sobre o mar era uma gráfico
Adivinhar o futuro não era coisa de mágico
Era um hábito burocrático, sempre igual
Explicar emoções não era coisa ridícula
Havia críticos e métodos práticos
Cá pra nós, tudo era muito chato
Era tudo tão sensato, difícil de agüentar
Todos nós sabíamos decor
Como tudo começou e como iria terminar
Mas de uma hora pra outra
Tudo que era tão sólido desabou, no final de um século
Raios de sol na madrugada de um sábado radical
Foi a pá de cal, tão legal
Não sei mais de onde foi que eu vim
Por que é que estou aqui
E para onde devo ir
Cá pra nós, é bem melhor assim
Desconhecer o início e ignorar o fim
Da fábula

Vai começar: A Copa nada tem a ver com nossas mazelas

12 de junho de 2014
Sete longos anos nos separam daquela reunião de autoridades brasileiras com dirigentes da Fifa, em Zurique. Estava lá cobrindo pela RBS. Todos festejaram de forma ruidosa a escolha do Brasil para sediar a Copa. Por aqui, muitos acharam ótimo e não se ouviu nem viu protestos. Tudo foi misturado. Erradamente. A Copa é um evento que nada tem a ver com nossas mazelas. Já que gastamos muito convoco os brasileiros a recuperar o investimento. Turistas geram impostos. A conta pode ser paga.
Gabriel Lain / Agência RBS
Gabriel Lain / Agência RBS
Segurança
Uma pessoa me desafiou pelas redes sociais a falar sobre os R$ 2 bilhões que serão gastos pelo governo para a segurança no Mundial. Aprovo esse cuidado necessário em um grande evento. Presidentes de muitos países virão, haverá gente de todos os lados do mundo, jogadores famosos. Claro que se faz necessário segurança para todos. O que lamento é que daqui  a 30 dias voltaremos à insegurança absoluta de nossos dias no Brasil inteiro.
Preocupação
O jogo de hoje é o mais complicado desta fase de grupos. Felipão deve saber disso. Sendo estreia, ainda complica mais.  Será preciso encurtar o campo tirando os espaços de contra-ataque dos croatas. Eles têm jogadores experientes que saberão enfrentar o Brasil. Confesso que esse jogo me preocupa.
Demaiisssss
O brasileiro tem comportamento que me agrada muito. As seleções que chegaram foram muito bem recebidas. Viamão nos deu grande exemplo. Nos treinos, vemos públicos de 8 mil a 10 mil pessoas. Sem falar que os ingressos são disputados a tapa por muita gente.
Demenos
O eloquente discurso da presidente Dilma Roussef não condiz com a realidade. O governo fracassou. Fora do campo, o Brasil perdeu a Copa. Dilma desafiou os que diziam que os estádios não estariam prontos. Alguns não estão mesmo. Os aeroportos não foram duplicados. Veja o Salgado Filho. A Fifa quase enlouqueceu com a nossa baderna. Erramos demais.
Postado por Pedro Ernesto, às 7:00

quarta-feira, junho 11, 2014

O Brasil cresceu visivelmente nos últimos 80 anos
Cresceu mal, porém
Cresceu como um boi mantido
Desde bezerro dentro de uma jaula de ferro
A nossa jaula são as estruturas sociais medíocres
Inscritas nas leis
Para compor um País da pobreza na província mais bela da Terra
Sendo assim, do Brasil do futuro
A maioria da gente nascerá e viverá nas ruas
Em fome canina e ignorância figadal
Enquanto a minoria rica, com medo dos pobres
Se recolherá em confortáveis campos de concentração
Cercado de arame farpado e eletrificado
Entretanto, tão fácil nos livrarmos dessas teias
E tão necessário que dói em nós
A nossa conivência culposa

Darcy Ribeiro

terça-feira, junho 10, 2014

Quando dois seres humanos estão perfeitamente contentes um com o outro, podemos assegurar-nos: eles estão completamente enganados.

Goethe

segunda-feira, junho 09, 2014

Tinha acabado de me levantar, quando a Louise transpôs a porta de cabelo apanhado ao alto com um travessão de tartaruga.
Sentia-lhe o cheiro do vapor do banho das fortes essências. Essências silvestres do sabonete.
Estendeu os braços, ofereceu-me ternamente a face.
Levei-lhe as duas mãos à boca e beijei-as lentamente. Memorizando assim, a forma dos nós de seus dedos.
Eu não só desejava a carne de Louise como também os seus ossos, o seu sangue, os seus tecidos, os tendões que a mantém unida.
Eu tê-la-ia segurado junto a mim, apesar de o tempo lhe desgastar os tons e a textura da pele.
Podia tê-la segurado mil anos. Até o próprio esqueleto ficar reduzido a pó.
Que tens tu que me fazes sentir assim? Quem és tu que o tempo não tem sentido para ti?
No calor das suas mãos pensei: É a fogueira que torça o Sol. Esse lugar há de aquecer e me alimentar, de cuidar de mim, agarrar-me.
Esse pulsar contra outros ritmos.
O mundo subirá e vazará com a maré do dia, mas aqui está a sua mão com o meu futuro na sua palma.
Ela disse: Vem pra cima.


Autor: Jeanette Winterson