sábado, fevereiro 23, 2019

A Morte, que da vida o nó desata, 
os nós, que dá o Amor, cortar quisera 
na Ausência, que é contra ele espada fera, 
e com o Tempo, que tudo desbarata.

Luís de Camões

sexta-feira, fevereiro 22, 2019

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa repartila. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. 
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

Clarice Lispector

quinta-feira, fevereiro 21, 2019

Se uma mulher tem inclinações eruditas é porque, em geral, há algo de errado na sua sexualidade. A esterilidade predispõe a uma certa masculinidade do gosto; é que o homem, com vossa licença, é de fato «o animal estéril».

Friedrich Nietzsche

quarta-feira, fevereiro 20, 2019

Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer.

Fernando Pessoa

terça-feira, fevereiro 19, 2019

Mude 
Edson Marques

Mas comece devagar, porque a direção 
é mais importante que a velocidade. 
Mude de caminho, ande por outras ruas, 
observando os lugares por onde você passa. 
Veja o mundo de outras perspectivas. 
Descubra novos horizontes.

Não faça do hábito um estilo de vida.

Ame a novidade. 
Tente o novo todo dia. 
O novo lado, o novo método, o novo sabor, 
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. 
Busque novos amigos, tente novos amores. 
Faça novas relações. 
Experimente a gostosura da surpresa. 
Troque esse monte de medo por um pouco de vida. 
Ame muito, cada vez mais, e de modos diferentes. 
Troque de bolsa, de carteira, de malas, de atitude.

Mude. 
Dê uma chance ao inesperado. 
Abrace a gostosura da Surpresa.

Sonhe só o sonho certo e realize-o todo dia.

Lembre-se de que a Vida é uma só, 
e decida-se por arrumar um outro emprego, 
uma nova ocupação, um trabalho mais prazeroso, 
mais digno, mais humano. 
Abra seu coração de dentro para fora.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.

Exagere na criatividade. 
E aproveite para fazer uma viagem longa, 
se possível sem destino. 
Experimente coisas diferentes, troque novamente. 
Mude, de novo. 
Experimente outra vez. 
Você conhecerá coisas melhores e coisas piores, 
mas não é isso o que importa. 
O mais importante é a mudança, 
o movimento, a energia, o entusiasmo.

Só o que está morto não muda ! 

segunda-feira, fevereiro 18, 2019

Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.

Augusto Cury

domingo, fevereiro 17, 2019

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

Fernando Pessoa