sábado, junho 06, 2015
Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um esportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as cifras em milhões significarem triunfo, - então, justamente então – reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente como... Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo... O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado ridículas.
Martin Heidegger
sexta-feira, junho 05, 2015
quinta-feira, junho 04, 2015
Michael Jackson era negro e queria ser branco (com sua cota ancestral de dor negra)
O que o vitimizou – como um estigma
Michael Jackson era pobre e queria ser rico (de posses infantis e desejos transversais)
O que o desconfigurou como um estorvo
Michael Jackson era homem e queria ser mulher (de alguma maneira que pudesse)
O que o adulterou - Narciso cego, Édipo manco
Michael Jackson queria ser judeu (mas era um Peter-Pan enjaulado em cantagonias)
O que o marcou como ser na identificação de.
Michael Jackson como um não-Ser num não-lugar
Cantava dançava compunha dirigia criava voava
Um quase preto homem-menina com desvios íntimos
Com fox-trot nos pés e nos quadris portentosos
E uma alma sempre criança mal-amadurecida
Na ultrajada inocência para fins midiáticos e lucrativos
Fugiu-se na música – as ousadas canções
Tinha ritmo frenético – em viagens sonoras
Sobreviveu feito ermitão – urbano entre brinquedos
O pop do alto ao chão – paranóia na vida-livro
Muito além dos píncaros da glória efêmera...
Agora não tem cor – Não há cor na morte
Agora não tem posses – Nada levamos daqui
Agora não tem sexo – A terra há de comer
Agora não tem vitiligo: pergunte ao pó
Para ter sua tão sonhada Neverland
Assim na terra como no céu em purgações
Cortaria os próprios pulsos com música
Melodia, harmonia, ritmo em vício-clip
Sem saber que do outro lado da vida-hollywood-presley
Não há hormônios - nem cirurgias
Não há espelhos – nem camarins
Talvez nalgum lugar entre o céu e o inferno da terra-mãe
Ele encontre finalmente paz – mas uma paz não humana
E então não tenha mais vergonha da cor
Não tenha nunca mais vergonha do rosto
Não tenha vergonha da origem ou do sexo
Porque seu espírito atribulado finalmente se refrigerará
Em estúdios muito além de suas tantas realidades paralelas
E dentro da morte – muito além do som do silêncio –
Ele novamente ensaiará os primeiros passos de si mesmo
Como num “Thriller”.
Silas Correa Leite
O que o vitimizou – como um estigma
Michael Jackson era pobre e queria ser rico (de posses infantis e desejos transversais)
O que o desconfigurou como um estorvo
Michael Jackson era homem e queria ser mulher (de alguma maneira que pudesse)
O que o adulterou - Narciso cego, Édipo manco
Michael Jackson queria ser judeu (mas era um Peter-Pan enjaulado em cantagonias)
O que o marcou como ser na identificação de.
Michael Jackson como um não-Ser num não-lugar
Cantava dançava compunha dirigia criava voava
Um quase preto homem-menina com desvios íntimos
Com fox-trot nos pés e nos quadris portentosos
E uma alma sempre criança mal-amadurecida
Na ultrajada inocência para fins midiáticos e lucrativos
Fugiu-se na música – as ousadas canções
Tinha ritmo frenético – em viagens sonoras
Sobreviveu feito ermitão – urbano entre brinquedos
O pop do alto ao chão – paranóia na vida-livro
Muito além dos píncaros da glória efêmera...
Agora não tem cor – Não há cor na morte
Agora não tem posses – Nada levamos daqui
Agora não tem sexo – A terra há de comer
Agora não tem vitiligo: pergunte ao pó
Para ter sua tão sonhada Neverland
Assim na terra como no céu em purgações
Cortaria os próprios pulsos com música
Melodia, harmonia, ritmo em vício-clip
Sem saber que do outro lado da vida-hollywood-presley
Não há hormônios - nem cirurgias
Não há espelhos – nem camarins
Talvez nalgum lugar entre o céu e o inferno da terra-mãe
Ele encontre finalmente paz – mas uma paz não humana
E então não tenha mais vergonha da cor
Não tenha nunca mais vergonha do rosto
Não tenha vergonha da origem ou do sexo
Porque seu espírito atribulado finalmente se refrigerará
Em estúdios muito além de suas tantas realidades paralelas
E dentro da morte – muito além do som do silêncio –
Ele novamente ensaiará os primeiros passos de si mesmo
Como num “Thriller”.
Silas Correa Leite
quarta-feira, junho 03, 2015
Descanso do blogueiro
Depois de uma jornada pelo mundo do trabalho e desencontros lembrei
de Friedrich Dürrenmatt
“Não sonhem com governos,
sociedades e civilizações em que o planejamento esteja acima de tudo. Quanto
mais o homem planificar a sua atuação, mais facilmente será atropelado pela
casualidade”
Ri sou sensível ao Caos.
Montaigne
Desfrutando de boa situação financeira, retirou-se para a sua propriedade em 1571, em Dordogne – França, aos 35 anos, quando começou a escrever a obra que se tornou clássica, intitulada Ensaios, fruto de meditação, reflexão e observações pessoais. Montaigne foi o criador desse gênero literário. Os temas que aborda não têm um encadeamento lógico nem um plano preestabelecido e podem ser lidos separadamente. Em todos eles encontramos reflexões e pensamentos filosóficos.
terça-feira, junho 02, 2015
Fazer política é passar do sonho às coisas, do abstrato ao concreto.
A política é o trabalho efetivo do pensamento social.
A política é a trama da história.
A política é a vida e a vida é o presente.
Nesse quadro, o instinto de conservação, o estertor agonizante do passado, se chama reação.
Já a gestação dolorosa, o parto sangrento do presente, se chama revolução.
A política é o trabalho efetivo do pensamento social.
A política é a trama da história.
A política é a vida e a vida é o presente.
Nesse quadro, o instinto de conservação, o estertor agonizante do passado, se chama reação.
Já a gestação dolorosa, o parto sangrento do presente, se chama revolução.
José Carlos Mariátegui
segunda-feira, junho 01, 2015
Desejo um mundo de homens e mulheres, de árvores que não falem (porque já existe conversa demais no mundo!), de rios que levem a gente a lugares, não rios que sejam lendas, mas rios que ponham a gente em contato com outros homens e mulheres, com arquitetura, plantas, animais desejo rios que façam oceanos como Shakespeare e Dante, rios que não sequem no vazio do passado. Oceanos sim! Tenhamos novos oceanos que apaguem o passado, tenhamos um mundo de homens e mulheres com dínamos entre as pernas, um mundo de fúria natural, de paixão, ação, drama, sonhos, loucura, um mundo que produza êxtase e não peidos secos. Creio hoje mais do que nunca que é preciso procurar fragmentos, lascas, unhas dos dedos dos pés, tudo quanto seja capaz de ressuscitar o corpo e a alma.
Henry Miller
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