sábado, outubro 17, 2015

Quem fez mais mal à humanidade: a ciência, a religião ou os bancos?


sexta-feira, outubro 16, 2015

Tudo é novo pra quem é novo. Não ceder ao hábito, que é usura progressiva; e tudo se torna poeirento e cinza, tudo se torna igual ao que somos, tudo se parece e se repete, porque nós nos parecemos e nos repetimos. Seria preciso o homem se acrescentasse à criança, sem ela desprender-se, que a criança subsistisse dentro do homem, que fosse uma base para a construção de acréscimos sucessivos - que não a destruíssem, como acontece. Não basta ser apenas um primitivo, mas é preciso ser também um primitivo. Permanecer "primeiro" em presença das coisas primeiras: elementar diante do elementar; ser capaz de, sempre, transformar-se e não apenas ser: não imóvel, mas em movimento, em meio ao que é móvel; em contato incessante com o que transforma, transformando-se a si próprio, como a criança, entregue totalmente ao exterior, mas com esse retorno a si mesmo, que a criança não tem, em direção a um interior onde se recolhem e se ordenam as coisas.

Charles Ferdinand Ramuz

quinta-feira, outubro 15, 2015

Nós vamos ensinar a você o fervor.
Nossos atos se prendem a nós,
como ao fósforo sua luz.
Nos consome
é verdade,
mas fazem nosso esplendor.
E se nossa alma valeu alguma coisa
é por ter ardido mais intensamente do que outras.
Vamos ensinar a você o fervor.
Uma existência patética.
Não a tranquilidade.
Ser tranquilo é ser trágico.
Eu não almejo outro repouso que o sono da morte.
Espero depois de ter exprimido nesta terra
tudo que havia em mim.
Satisfeito morreu completamente.
Desesperado por fazer ainda mais.
Nossa vida há de ser diante de nós
como um copo de água gelada.
O copo úmido nas mãos de quem
tem febre e quer beber,
e bebe tudo de uma vez.
Sabendo que devia guardar,
mas não podendo tirar dos lábios o copo delicioso.
Tão fresca é a água
e tão apaziguadora da sede.

André Gide

quarta-feira, outubro 14, 2015

É... Vou fingir que sei e acredito. E quando finjo, sou alguém. Quando não finjo, já procuro fingir.
Lucas Lucinger

terça-feira, outubro 13, 2015

Hoje terça -feira, pergunto o que é cultura.
Cultura!... Cultura é tudo aquilo que o homem criou para tornar a vida vivível e a morte defrontável.
Aimée Césaire 

segunda-feira, outubro 12, 2015

Segunda-feira..E se...
E se nada acontecer?
Se os rostos deformados e os sentidos mendigos, os olhos famintos e as mãos que interrogam, a carne que sangra e afoga os desejos;
se tudo isso se transformar em cinza e ausência e a dúvida acenar ainda?
E se o silêncio pesar sobre o grito de angústia, se a esfinge recolher seu sorriso transfigurado, se todos os sonhos forem abortados... e se nada acontecer? E se tudo isso não tiver a menor importância?


Antônio Pinto de Medeiros Filho

domingo, outubro 11, 2015

O salto mortal é meu número especial nesta tarde de domingo.
Não tentarei o trapézio, por não saber voar sobre as cabeças que torcem para a corda arrebentar.
Pensando bem, abrirei a tarde falando ao respeitável público que farei a mágica final: desaparecer sem nunca ter sido visto por ninguém.
 Álvaro Alves de Faria