sábado, novembro 14, 2015

Os impactos de amor não são poesia
O que é poesia, o belo? Não, o belo não é poesia,
E o que não é poesia não tem fala.
Nem o mistério em si nem velhos nomes
Poesia são: coxas, fúria, cabala.
De que se formam nossos poemas? Onde?
Que sonho envenenado lhes responde,
Se o poeta é um ressentido, e o mais são nuvens?
  Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, novembro 13, 2015

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

quinta-feira, novembro 12, 2015

A adolescência é um tribunal inesperado.
O julgamento do pai pelo filho.
O julgamento do filho pelo pai. Mas em alguns casos pode  surgir de repente um psicoterapeuta para impetrar um habeas corpus.
Paulo Mendes Campos

quarta-feira, novembro 11, 2015

Deus fez tudo a partir do nada.
Às vezes, o nada ainda aparece no meio do que ele fez.
Paul Valéry é filósofo, 

terça-feira, novembro 10, 2015

Não se espantem, meus amigos: tudo já foi dito alguma vez. Tudo. Mas como ninguém escuta, é preciso dizer de novo.
 André Gide

segunda-feira, novembro 09, 2015

Um dia, pensei: por que você não pensa em uma coisa que nunca pensou? Tinha um lago perto e sempre vinha um peixe que botava a cabeça do lado de fora. Havia gaivotas que mergulhavam no lago e tornavam a sair. Comecei a olhar aquilo e pensar: se o peixe saísse d’água, morreria afogado no ar, mas se a gaivota ficasse dentro da água, morreria afogada. Comecei a olhar os dois elementos da natureza – a água e o ar - e descobri uma coisa bonita: o peixe e o pássaro passam... Sem deixar rastro!
Bartolomeu Campos de Queirós

domingo, novembro 08, 2015

Senhores, senhoras, jovens, crianças ouçam uma belíssima verdade que as pessoas dizem quando tem um grande talento

"Vivemos num tempo de chantagem universal,
Que toma duas formas complementares de escárnio:
Há a chantagem da violência e a chantagem do entretenimento.
Uma e outra servem sempre para a mesma coisa:
Manter o homem simples longe do centro dos acontecimentos."
Ortega y Gasset