sábado, março 21, 2015


Nos últimos anos, pouco a pouco, no Brasil e no mundo, as ideologias políticas, os pendores revolucionários e os fervores religiosos tradicionais perderam o poder de atração sobre o povo.

Começaram, ao mesmo tempo, a difundir-se seitas e práticas místicas que, com o apelo a biorritmos, drogas, astrologia, dietas místicas e feitiçarias, orientam a vida de milhões de pessoas, devolvendo-lhes o equilíbrio emocional indispensável para enfrentar suas existências azarosas, mas desativando-as como protagonistas da história, como construtoras de seus próprios destinos.

sexta-feira, março 20, 2015

Tenho grandes frustrações e decepções.
Tenho grandes euforias.
Amo e odeio apaixonadamente.
Uma vida intensa, difícil, saborosa!
Acho a vida uma grande aventura.
Espero que os idiotas me compreendam.
Samuel Rawet

quinta-feira, março 19, 2015

Eu quero absorver intensamente toda a tristeza do mundo
As esperanças não alcançadas
Os filhos que não nasceram
O pranto das mães desconsoladas...
Quero sentir profundamente toda a dor
A dor de não ter amor, não ter paz,
Não ter futuro.
Pelo trabalho rotineiro de cada dia
A comida sem graça e fria
A desigualdade, a injustiça, o olhar distante,
A dor, toda a dor da infelicidade.
Quero aguardar a catástrofe silenciosamente
Com o meu cansaço estafante e descomedido
Pelo excesso das palavras, das mentiras, das ilusões
Dos pesadelos, tantos.
O horizonte se distanciando... longe... longe.
Quero chorar muito... Quero chorar muito
Sem nenhum constrangimento
Sem parar, sem parar.
Quero ser tragado pela realidade
E me esconder na sombra da minha insignificância
Para que num momento distante – se houver,
Eu possa despertar para um mundo
Agradável e melhor.
Nilson Oliveira

quarta-feira, março 18, 2015

Debaixo da ponte do arcebispo, junto a uma verdadeira
corte dos milagres, reúnem-se os mendigos.
Mendigos cristãos, mendigos ateus, mendigos budistas,
mendigos muçulmanos, mendigos judeus.
Enfim, mendigos de todas as cores.
Discutem o resultado do sim e não a suas petições.
Discutem a desvalorização da moeda e
a proliferação de falsos mendigos.
O mendigo cristão fala da perda de
prestígio da caridade nos dias de hoje.
O mendigo ateu disserta sobre o não-deus e
suas pouco eficazes prédicas no deserto.
O mendigo budista fala das dificuldades atuais de
que padece a transparência do nirvana.
O mendigo muçulmano insiste na urgência de
alguns fanatismos em nome de Alah.
O mendigo judeu lamenta que freqüentes ataques de
ira de Jeovah caiam sobre sua cabeça.
E o mendigo de outras cores se queixa das
queixas dos mendigos queixosos.
Depois, tudo termina e os peregrinos voltam às
suas respectivas igrejas, maldizendo
os usurpadores de seus respectivos direitos.

Enrique Gómez-Correa

terça-feira, março 17, 2015

No mar da mulher, poucos naufragam de noite. Muitos, ao amanhecer.

Antônio Machado

segunda-feira, março 16, 2015

Tudo mudou. Homens, coisas e animais mudaram de lã ou de pele. As palavras já não são as mesmas do tempo em que estudávamos gramática com os olhos míopes das professoras. Nádegas e pernas das mestras – objeto direto do nosso desejo – ofuscavam o interesse pela didática. Olho o mundo de todos os ângulos possíveis e tudo me parece oblíquo. É a civilização globalizada, a cultura de massa, a sagração do factóide, a fragmentação dos idiomas. Corta-se a palavra em frações microscópicas. A vida, o amor, a morte, a realidade: tudo agora virou fast food.

Francisco Carvalho

domingo, março 15, 2015

"Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil"...calma,  muito calma...ttem que morrer mesmo? Não pode ser promessa de campanha?...sempre assim na nimha vez mudam as regras, vou embora para Marte lá eu sei que nada vai dar certo.