quinta-feira, julho 17, 2014

Meninos do Não
Não amanheceram sob cobertores. Não mastigaram o pão da manhã. Não traçaram no papel o desenho das primeiras letras. Não brincaram no parque dos outros meninos. Não havia cobertores, havia o vento da madrugada cortando a boca cerrada no caminho dos bóias-frias. Não havia pão. Havia o chá amargo e a vida amarga queimando a língua e o sonho. Não havia papel, não havia escola, não havia futuro, meninos do não. Ah! As mãos dos meninos do não! As mãos desses pequenos – estejam certos – são muito mais adultas do que seus olhos!        
Pedro Tierra

Um comentário:

Anônimo disse...

Pena que o Brasil é o país do futuro....