sexta-feira, novembro 08, 2019

É a manhã cheia de tempestade
no coração do verão.
Como lenços brancos de adeus viajam as nuvens
que o vento sacode com viageiras mãos.
(...)
Vento que leva em rápido roubo a ramaria
e desvia as flechas latentes dos pássaros.
Vento que a derruba em onda sem espuma
e substância sem peso, e fogos inclinados.
Despedaça-se e submerge o seu volume de beijos
combatido na porta do vento do verão.

Pablo Neruda

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