quinta-feira, maio 17, 2018

Morte, não te orgulhes, embora alguns te provem 
Poderosa, temível, pois não és assim.
Pobre morte: não poderás matar-me a mim, 
E os que presumes que derrubaste, não morrem. 
Se tuas imagens, sono e repouso, nos podem 
Dar prazer, quem sabe mais nos darás? Enfim, 
Descansar corpos, liberar almas, é ruim? 
Por isso, cedo os melhores homens te escolhem. 
És escrava do fado, de reis, do suicida; 
Com guerras, veneno, doença hás de conviver; 
Ópios e mágicas também têm teu poder 
De fazer dormir. E te inflas envaidecida? 
Após curto sono, acorda eterno o que jaz, 
E a morte já não é; morte, tu morrerás.

John Donne

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