O VENTO NESSA CIDADE
O vento nessa cidade
vem sempre na mão contrária.
Fumaça, papéis e poeira
pegam carona, sem rumo
(pessoas também, se bem que elas
não se diferenciam muito
de papéis, poeira ou fumaça). O
preto, que à mão só tem dedos,
grava na sarjeta o mapa
de seu tesouro escondido,
já são vistos traços brancos,
mas vamos de olhos cerrados,
pois nessa cidade o vento
não aceita ser contestado.
Paulo Ferraz
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