ÀS MINHAS COSTAS
As portas do metrô mastigam
o ar condicionado.
Estou em trânsito, com os demais.
Percorremos a rede incorpórea
que há de permanecer.
Não se ultrapassa a linha amarela.
Nada cheira. E a escada rolante
- áspera via - até se alegoriza
ao conduzir-nos de volta ao simulacro
passageiro das avenidas.
Na saída, ponho os óculos escuros.
Sérgio Alcides
(O ar das cidades: poemas (1996-2000). São Paulo: Nankin, 2000. p.33)
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