No que diz respeito à ética, o brasileiro, hoje, se vê desfavorecido e tomado por uma indignação não tímida, mas impotente ou insignificativa.
Dignidade esta que, se limita a ser presenciada, dada a condição de subordinação consciente pela qual optou-se viver.
Nossos mecanismos de organização em sociedade não nos possibilitam acreditar mais em um “país de todos”. A idéia de se ver os padrões de boa conduta esperados em nossos líderes se torna descartável e a esperança – o direito – de se vivenciar a ética é manchada pelo que se assiste nos telejornais quase que diariamente.
Os escândalos denunciados nos noticiários refletem as diretrizes pelas quais a ética realmente é fundamentada; O dinheiro e o egocentrismo característico pelos interesses individuais são as duas únicas razões. Ao menos é o que se manifesta no nosso cenário político nacional. Sim, pois o que seria da fé sem as obras? De mesmo modo, o que seria da teoria – do registro de nossa constituição federal – sem a prática?
A falta de ética, porém, existe desde os primórdios da geração humana, mas ressalta-se, aqui, o argumento de que uma vez que o estado de civilização seja fundado as propostas decorrentes no que abarca a justiça e o bem comum devem ser rigorosamente respeitadas, de modo que, ou segue-se a ética ou sujeita-se, incondicionalmente, às prescrições corretivas da lei.
O fato é que a lei não mais atrai o juízo de um povo ridicularizado por seus próprios métodos: calar-se e seguir adiante, casualmente comentar / reclamar. Os desvarios de entidades desfocadas da ética podem ser combatidos contrariando o que para pouquíssimos é bom e salutar, afinal, a conquista da ética e a luta para segui-la são paradoxais.
David Saleeby