Os zeladores têm maneiras médicas e calvas comportadas como padres.
Seu reino de limpeza é de varsol, vassoura, espanador e ordens sumárias.
Vão limpos, com suas mãos odontológicas, atentos em cuidar do alheio embora alheio já sublocado a alguém que como sempre, não conhecem.
Por trás dos gestos neutros, voz sem timbre conduzem edifícios ou navios — são capitães civis de vida ordeira e todos nordestinos, comandando as naves.
Nos últimos andares, zeladores.
Escuros subsolos, zeladores.
Os edifícios têm algemas leves e de gravata, o zelador, tão calmo, não vê nem sente.
Jorge Wanderley
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