Sabe aqueles ambulantes que saíam pela cidade a afiar as facas?
Eu gostava de seu assobio estridente, das chispas de fogo fabricadas pelo metal contra metal, dos olhos infantis que admiravam o relampejar, das cozinheiras e arrumadeiras que, da janela, piscavam para o portuga, padroeiro dos degoladores de galinha.
... o afiador de facas, o pipoqueiro, o sorveteiro, o baleeiro, o leiteiro
... profissões populares que se foram com a rapidez que trouxe o automóvel e o avião, esses aparelhos assassinos do século!
Fui reler o poema de Drummond. “Que século, meu Deus!” Diziam os ratos que começavam a roer o edifício.
Graciliano Ramos
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