Esbarram em mim, nem noto.
Eu vejo pelas costas: mulato alto, roupas gastas, mas moda jovem. Cabelo rente, boné. Ele correu ao perceber alguém do outro lado da rua. Um branco, classe média, os dois com 17 anos. Talvez colegas no curso pré-vestibular ali perto. Sem dúvida, amigos. Mulato e branco, o Brasil. E ali, mais que o Brasil, o homem. Falam-se com uma felicidade que acende um ao outro. E essa felicidade acende até a mim. Tem tudo para se dizer e não podem parar de sorrir, desde que se viram. Eu também sorrio, sem intenção, pelo que sentem sem precisar saber que na amizade está a vida.
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