quarta-feira, outubro 01, 2014

O Direito a Preguiça

Vivemos um culto ao trabalho que é a negação do bem estar. Então publico aqui dez trechos de um clássico que combate esse culto, O Direito à Preguiça, de Paul Lafargue. Que era genro do Marx, mas isso não vem ao caso. Foi escrito em 1880, mas tem uma estranha atualidade.
Lafargue francês, e seu livro foi uma resposta a um outro que proclamava o Direito ao Trabalho.

1) “Sejamos preguiçosos em tudo, exceto em amar e em beber, exceto em sermos preguiçosos.”

2)”O trabalho é a causa de toda a degenerescência intelectual, de toda a deformação orgânica. Comparem o puro-sangue das cavalariças de Rothschild, servido por uma criadagem de bímanos, com a pesada besta das quintas normandas que lavra a terra, carrega o estrume, que põe no celeiro a colheita dos cereais.”

3) ”Os filósofos da antigüidade ensinavam o desprezo pelo trabalho, essa degradação do homem livre; os poetas cantavam a preguiça, esse presente dos Deuses.”

4) ”Jeová, o deus barbudo e rebarbativo, deu aos seus adoradores o exemplo supremo da preguiça ideal; depois de seis dias de trabalho, repousou para a eternidade.”

5) ”O provérbio espanhol diz: Descansar es salud (Descansar é saúde).”

6) “A nossa época é, dizem, o século do trabalho; de fato, é o século da dor, da miséria e da corrupção.”

7) “Introduzam o trabalho de fábrica, e adeus alegria, saúde, liberdade; adeus a tudo o que fez a vida bela e digna de ser vivida.”

8) ”Que se proclamem os Direitos da Preguiça, milhares de vezes mais nobres e sagrados do que os tísicos Direitos do Homem; que as pessoas se obrigue a trabalhar apenas três horas por dia, a mandriar e a andar no regabofe o resto do dia e da noite”

9) “O trabalho desenfreado é o mais terrível flagelo que já atacou a humanidade.”


10) “A paixão cega, perversa e homicida do trabalho transforma a máquina libertadora em instrumento de sujeição dos homens livres: a sua produtividade empobrece-os.”
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